Escolher o melhor regime tributário para comércio varejista é uma das decisões mais estratégicas para garantir competitividade, reduzir a carga tributária e manter a regularidade com o fisco.
O tipo de tributação influencia diretamente no lucro líquido da empresa e deve ser definido com base em uma análise detalhada do faturamento, despesas, margem de lucro e estrutura da operação.
Neste artigo, você vai entender como funciona cada regime tributário disponível no Brasil, como analisar o cenário da sua empresa e qual o impacto de cada escolha para o setor varejista.
O que é regime tributário?
O regime tributário define como uma empresa irá calcular, recolher e declarar seus impostos.
No Brasil, existem três opções principais:
- Simples Nacional
- Lucro Presumido
- Lucro Real
A escolha do regime tributário para comércio varejista não é obrigatoriamente definitiva, mas deve ser feita no início de cada ano-calendário e exige planejamento e acompanhamento contábil especializado para garantir que os tributos sejam pagos corretamente e sem excessos.
Características do comércio varejista que impactam na tributação
Antes de conhecer os regimes, é fundamental entender os fatores que mais influenciam a tributação no varejo:
- Volume de vendas e faturamento anual
- Margem de lucro por produto
- Nível de despesas operacionais
- Quantidade de funcionários
- Presença em marketplaces ou vendas online
- Setor de atuação (alimentos, roupas, eletrônicos etc.)
Esses fatores ajudam a definir qual regime tributário para comércio varejista proporcionará maior economia e menor risco de autuações fiscais.
Simples Nacional: praticidade e limites de faturamento
O Simples Nacional é o regime preferido por muitas pequenas empresas varejistas por sua praticidade e unificação de tributos em uma única guia (DAS).
Principais características:
- Faturamento anual de até R$ 4,8 milhões
- Alíquotas que variam de acordo com o anexo e faixa de receita
- Unificação de tributos federais, estaduais e municipais
- Pode incluir ICMS e ISS
Vantagens:
- Menor complexidade administrativa
- Ideal para empresas em crescimento inicial
- Facilita o controle e a regularização fiscal
Desvantagens:
- Pode ser mais caro para quem tem margem de lucro baixa e alto faturamento
- Limitação para determinadas atividades (algumas restrições para comércio em marketplaces)
- Cuidado com o PIS e COFINS monofásico: muitos dos pequenos comerciantes pagam esses impostos em duplicidade.
Apesar do nome “Simples”, este regime pode exigir a expertise de contador profissional.
Lucro Presumido: simplicidade com base na margem estimada
O Lucro Presumido é recomendado para empresas com faturamento anual de até R$ 78 milhões e que possuem margem de lucro regular.
Como funciona:
- A Receita Federal presume uma margem de lucro com base na atividade para cálculo do IRPJ e CSLL. (normalmente 8% para comércio)
- A tributação é aplicada sobre essa margem, não sobre o lucro real da empresa
- Os tributos são apurados separadamente: IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, ICMS, ISS
Vantagens:
- Pode ser vantajoso para empresas com margem de lucro superior à presumida
- Regime simples de apuração
- Não exige escrituração completa do lucro
Desvantagens:
- Pode gerar pagamento maior de impostos para quem tem despesas altas
- Recolhimento separado de tributos exige maior controle
- Não inclui benefícios do Simples Nacional
Lucro Real: mais exigente, porém mais preciso
O Lucro Real é obrigatório para empresas com faturamento acima de R$ 78 milhões, mas também pode ser adotado por qualquer empresa que queira apurar os impostos com base no lucro efetivo.
Funcionamento:
- Apuração do IRPJ e CSLL sobre o lucro líquido ajustado conforme a legislação fiscal
- PIS e COFINS com alíquotas maiores (regime não cumulativo)
- Requer controle contábil completo e preciso
Vantagens:
- Mais justo para empresas com margem de lucro pequena
- Permite abatimento de prejuízos fiscais
- Ideal para quem tem despesas elevadas
Desvantagens:
- Exige estrutura contábil robusta
- Custo operacional mais alto
- Apuração mais complexa
Comparativo entre os regimes tributários
Característica | Simples Nacional | Lucro Presumido | Lucro Real |
Limite de Faturamento | Até R$ 4,8 milhões/ano | Até R$ 78 milhões/ano | Sem limite |
Cálculo do Lucro | Não exige | Presunção (ex: 8% sobre receita) | Real (lucro contábil ajustado) |
Apuração de Tributos | Unificada (DAS) | Separada | Separada |
Escrituração Contábil | Simplificada | Parcial | Completa |
Vantagem principal | Simplicidade | Boa para empresas com boa margem | Ideal para margens baixas |
Indicado para | Pequenos comércios | Varejos com lucro médio/alto | Grandes ou com alta despesa |
Como escolher o regime tributário ideal?
A escolha do regime tributário para comércio varejista depende diretamente de uma análise detalhada das finanças da empresa. Veja algumas recomendações:
Faça simulações tributárias
Compare os valores de impostos nos três regimes com base no seu faturamento, despesas, folha de pagamento e margem de lucro.
Analise o perfil do seu negócio
Pequenos comércios locais tendem a se beneficiar do Simples Nacional. Já empresas com volume de vendas alto e despesas elevadas podem encontrar economia no Lucro Real.
Avalie o crescimento previsto
Se você está prestes a ultrapassar os limites do Simples Nacional, pode ser interessante antecipar a mudança de regime e se planejar com antecedência.
Tenha apoio contábil especializado
Um contador com experiência no setor varejista poderá apontar com mais precisão qual é o melhor regime tributário para comércio varejista no seu caso.
Indicadores que devem ser observados antes da escolha
Indicador | Impacto na Escolha do Regime |
Margem de Lucro | Lucro baixo favorece Lucro Real |
Faturamento anual | Define elegibilidade aos regimes |
Despesas com folha de pagamento | Afetam alíquotas e carga tributária |
Tipo de produto vendido | Pode influenciar ICMS ou substituição |
Operação com marketplaces | Pode limitar uso do Simples Nacional |
Quando trocar de regime tributário?
Empresas varejistas devem revisar o regime tributário todos os anos, geralmente no mês de janeiro.
Porém, a troca também pode ser indicada nos seguintes casos:
- Mudança significativa no faturamento ou no tipo de operação
- Redução da margem de lucro
- Abertura de novas unidades ou vendas online
- Mudanças nas legislações fiscais
Conte com o suporte da HB Contábil
Escolher o regime tributário para comércio varejista ideal pode ser o fator decisivo entre operar no prejuízo ou ter lucro.
A HB Contábil oferece consultoria especializada para negócios do varejo que buscam mais economia, conformidade e crescimento sustentável.
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