HB Contábil

Planejamento tributário: como reduzir impostos sem infringir a lei

Em um cenário empresarial cada vez mais competitivo e regulado, o tema do planejamento tributário assume papel estratégico. 

No Brasil, onde a carga tributária bruta alcançou 32,32% do PIB em 2024, segundo dados da Tesouro Nacional. Isso significa que boa parte da lucratividade ou da margem operacional das empresas pode ser absorvida por impostos, se não houver uma gestão eficiente.

Mas, atenção: não se trata de sonegação — e sim de atuação legal, estruturada, com bases contábeis e jurídicas. 

Ao longo deste artigo, vamos explicar o que é planejamento tributário, por que vale a pena, quais os riscos, como executá-lo passo a passo e apresentar uma tabela comparativa dos principais regimes e alíquotas que interessam às empresas.

O que é planejamento tributário?

O planejamento tributário é o conjunto de estratégias, ações e estudos realizados por pessoas jurídicas (e também por enquanto pessoas físicas em alguns casos) para organizar as operações da empresa de modo a reduzir legalmente o montante de tributos a pagar, sem infringir a lei.

Essencialmente, ele visa:

  • escolher o melhor regime de tributação para o negócio;
  • aproveitar incentivos fiscais, isenções ou regimes especiais previstos em lei;
  • reestruturar operações para reduzir base de cálculo ou postergar o pagamento, quando permitido;
  • garantir conformidade com as obrigações acessórias para evitar autuações.

Importante distinguir que planejamento tributário não é o mesmo que evasão fiscal — esta última implica ocultação ou fraude. O planejamento busca atuar dentro do ordenamento jurídico.

Por que investir em planejamento tributário?

Redução de custos

Empresas que realizam um bom planejamento tributário podem reduzir legalmente o montante de tributos, liberando caixa que pode ser reinvestido.

Melhoria da competitividade

Com menores custos tributários, a empresa pode oferecer preços mais competitivos ou aumentar margem, o que ajuda a se destacar no mercado.

Maior segurança jurídica

A adoção de estratégias de planejamento bem documentadas permite à empresa estar em conformidade, evitando multas, autuações ou surpresas fiscais.

Adaptabilidade às mudanças legislativas

O sistema tributário brasileiro é complexo e dinâmico. Um bom planejamento permite que a empresa esteja preparada para mudanças, como a reforma tributária.

Principais componentes do planejamento tributário

Análise da situação atual

Antes de propor mudanças, é essencial mapear: faturamento, regime atual, perfil de custos, nicho de mercado, tributos pagos, alíquotas aplicáveis. 

Empresas ignoram esse passo e acabam implantando estratégias genéricas que podem trazer riscos.

Estudo da legislação e dos regimes tributários

No Brasil, os regimes de tributação para empresas mais comuns são: Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real. 

O planejamento tributário envolve estudar qual regime é mais vantajoso para a empresa. 

Além disso, há incentivos estaduais ou municipais, benefícios setoriais ou operações de exportação que precisam ser avaliadas.

Escolha do regime e estruturação de operações

Com base na análise anterior, a empresa pode:

  • migrar para outro regime (se permitido) ou ajustar as atividades para melhor enquadramento;
  • avaliar a apropriação de créditos de PIS/COFINS, ICMS, IPI, entre outros;
  • rever contratos, política de preços, logística ou produção para otimizar a base de cálculo.

Documentação, controle e revisão contínua

O planejamento tributário não é projeto único: exige monitoramento constante, pois a legislação muda e o ambiente de negócios também.

Quadro comparativo dos regimes tributários no Brasil

Abaixo uma tabela síntese, ilustrando os três regimes mais comuns para empresas PJ, com vantagens, desafios e atenção especial para planejamento tributário:

Regime TributárioFaturamento / EnquadramentoVantagensPontos de atenção
Simples NacionalMicro e pequenas empresas (até o limite legal)Alíquotas unificadas, menor burocraciaFaturamento máximo, limites de atividade, alíquota pode subir conforme receita
Lucro PresumidoEmpresas com faturamento maior ou que optam por não SimplesFacilidade de apuração (presunção de lucro)Pode pagar mais imposto se a margem efetiva for inferior à presunção; planejamento essencial
Lucro RealEmpresas maiores ou obrigadas pela leiTributação sobre lucro real, permite aproveitamento de créditosApuração mais complexa, maior exigência contábil, risco de pagar mais se lucro elevado

Este quadro ajuda a visualizar que o planejamento tributário deve levar em conta não apenas o “melhor” regime, mas o regime que se encaixa à empresa hoje e naquele horizonte.

5 passos para implementar um planejamento tributário eficiente

1. Diagnóstico completo

Levantar: faturamento, custos, margem, regime atual, tributos pagos, balanços e obrigações acessórias. Sem diagnóstico não há base para planejamento.

2. Análise de cenário e identificação de oportunidades

Avaliar os regimes tributários já citados, identificar incentivos ou benefícios fiscais disponíveis para o setor ou local, mensurar o impacto (valores, prazos, riscos).

3. Estruturação da estratégia fiscal

Definir: migrar regime? Ajustar operações? Rever contratos? Gerar créditos? Documentar procedimento? Trocar fornecedores ou segmento se isso puder gerar vantagem lícita? 

Tudo isso como parte do planejamento tributário.

4. Implementação e controle interno

Implantar o que foi definido: ajustes operacionais, contábeis, fiscais, monitorar as obrigações acessórias, treinar equipe, integrar sistema contábil-fiscal.

5. Revisão periódica

Verificar se as premissas continuam válidas, se a legislação sofreu alterações (como a reforma tributária ou novas normas federais/estaduais), se o negócio mudou. Ajustes constantes fazem a diferença para o sucesso do planejamento tributário.

Cuidados e boas práticas

  • Toda estratégia deve ser embasada em parecer técnico/contábil e jurisprudência, pois existe o risco de que o fisco considere alguma manobra abusiva. O planejamento tributário deve evitar a confusão com evasão fiscal.
  • A empresa deve assegurar que a documentação suporte as escolhas técnicas (contratos, demonstrativos, pareceres).
  • Evitar “atalhos” que pareçam estranhos: por exemplo, simulação de operações, abuso de forma ou fraude à lei podem levar à autuação.
  • Monitorar a reforma tributária: o Brasil avança para um modelo de IVA dual (CBS e IBS) com impacto no planejamento tributário das empresas.

Como o planejamento tributário se aplica a diferentes tipos de empresa

  • Micro e pequenas empresas: A prioridade é verificar se o enquadramento no Simples Nacional continua sendo o mais vantajoso ou se, ao crescer, faz sentido migrar para outro regime. Isso faz parte do planejamento tributário.
  • Empresas de médio porte e prestadoras de serviços: Muitas vezes operam com margens específicas ou custos elevados, então o regime de Lucro Presumido ou Real pode ser mais adequado — e o planejamento tributário deve considerar variáveis como margem de lucro real, alíquotas, créditos fiscais.
  • Empresas com atuação interestadual ou exportadoras: Aqui o planejamento tributário se torna ainda mais relevante, pois há ICMS, IPI, PIS/COFINS, retenções, regimes especiais — e boas oportunidades de otimização, desde que legais e bem documentadas.

Impactos da reforma tributária no planejamento tributário

A reforma tributária brasileira propõe importantes mudanças e isso gera impacto direto no planejamento tributário das empresas:

  • O prazo de adaptação das normas que substituem tributos como PIS/COFINS, ICMS e ISS exige que as empresas revisem suas operações com antecedência.
  • Novas alíquotas, critérios de não-cumulatividade ou bases de cálculo poderão alterar o “melhor regime” para cada empresa — o que realça a importância de um planejamento tributário dinâmico.
  • O fisco também intensifica cruzamentos de dados e fiscalizações, o que torna ainda mais relevante ter documentação robusta e estratégia bem desenhada.

Checklist para iniciar agora o seu planejamento tributário

  1. Atualize seu regime tributário e verifique se continua sendo o mais adequado à empresa.
  2. Mapeie os tributos pagos nos últimos anos — quais foram, quais alíquotas, se houve incentivos ou créditos não utilizados.
  3. Levante custos e despesas da empresa e avalie se há oportunidades de dedução, crédito ou redução de base legalmente previstas.
  4. Revise contratos, fornecedores, modelos de negócios (por exemplo, prestação de serviços vs. venda de produtos) sob o olhar tributário.
  5. Consulte um contador ou escritório de contabilidade de confiança para validar as hipóteses e formalizar o procedimento.
  6. Implemente controles internos para acompanhar e revisar trimestralmente as premissas adotadas no planejamento.

Como a HB Contábil pode ajudar

Se você está buscando aplicar um planejamento tributário que faça a diferença no seu resultado, o time da HB Contábil está pronto para apoiar com:

  • Assessoria contábil personalizada para definir o regime tributário ideal à sua empresa.
  • Gestão de contas a pagar/receber, emissão de notas fiscais, fluxo de caixa com retirada mensal — elementos essenciais para embasar o planejamento.
  • Contabilidade gerencial e consultiva, que vai além do cumprimento de rotina e foca na otimização e economia tributária.
  • Suporte técnico-contábil para estruturar estratégias legais de redução de tributos, evitando riscos de autuação.

Quer saber como reduzir legalmente sua carga tributária e garantir uma gestão mais eficiente e segura? 

Entre em contato com a HB Contábil e descubra como transformar o peso dos impostos em vantagem competitiva para o seu negócio.

Com essas informações, você estará em posição estratégica para adotar o planejamento tributário como ferramenta de gestão — não apenas como questão de obrigação, mas como diferencial competitivo de negócio.

Como a Reforma Tributária impacta o Simples Nacional

A aprovação da Emenda Constitucional nº 132/2023 e o avanço legislativo da Lei Complementar nº 214/2025 indicam mudanças profundas no sistema fiscal brasileiro. 

No centro desse cenário está o regime Simples Nacional — e saber como a reforma tributária afeta sua empresa é hoje fundamental para planejar e manter competitividade.

Neste artigo vamos detalhar os principais impactos, como se preparar e o que considerar para decidir se permanecer no regime, migrar ou ajustar a estratégia contábil.

O que muda com a reforma tributária no Simples Nacional?

O novo panorama tributário brasileiro

A reforma tributária aprovada incluiu mudanças estruturais: a unificação de tributos e a adoção de modelos inspirados no IVA (Imposto sobre Valor Adicionado). 

Os principais novos instrumentos são:

  • Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) — tributo estadual que substituirá gradualmente ICMS e ISS.
  • Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) — tributo federal que substituirá PIS, Cofins e IPI.

Esses novos tributos implicam modificações para todos os regimes tributários, inclusive para o Simples Nacional.

A vigência e cronograma

A implementação é gradual: o modelo completo se estenderá até 2032/2033. 

Para o Simples Nacional, há efeitos já previstos para 2025.

O que muda para quem está no Simples

A boa notícia: o Simples Nacional permanece. 

Mas isso não significa que nada vai mudar — várias adaptações serão exigidas. Veja abaixo os principais focos:

  • Alteração do conceito de “receita bruta” para empresas optantes.
  • A entrada dos tributos IBS e CBS no regime simplificado ou opção de recolhimento “por fora”.
  • O direito de créditos tributários para empresas optantes pelo Simples pode ser afetado.
  • Novas obrigações acessórias e necessidade de planejamento estratégico mais robusto.

Quadro comparativo: regimes atuais vs. futuro próximo

A seguir, uma tabela que ajuda a entender como algumas variáveis do regime do Simples Nacional serão impactadas pela reforma:

AspectoComo é hoje para o Simples NacionalComo ficará com a reforma tributária no Simples Nacional
Tributos enquadrados no regimeUnificação das guias de tributos federais, estaduais e municipais (com até certo limite de receita)Continuidade do regime, mas com integração ao IBS/CBS ou opção “por fora” para esses tributos 
Créditos tributáriosEmpresas no Simples em geral não aproveitam créditos como empresas do Lucro Presumido/RealA reforma prevê que optantes pelo Simples podem ter menor possibilidade de créditos ou considerar migração para regime regular se o modelo for mais vantajoso.
Receita brutaLimite de faturamento para opção (e critérios definidos em lei para micro e pequenas empresas)Ampliação ou redefinição do que se considera receita bruta, inclusive para optantes, exigindo mais atenção contábil.
CompetitividadeSimples Nacional oferece vantagens para micro e pequenas empresas — menos burocracia, carga menor em muitos casosAs empresas que vendem para corporações (modelo B2B) ou que utilizam muitos insumos podem perder competitividade caso o regime não se ajuste ao novo ambiente de créditos.
Calendário de transiçãoVigor vigente até mudança legislativaA transição começa a produzir efeitos já em 2025, com picos para 2027 e além.

Por que alguns optantes pelo Simples Nacional devem olhar com atenção

Atuação B2B e impacto sobre créditos

Um dos principais alertas da reforma: empresas enquadradas no Simples que atuam predominantemente vendendo para outras empresas (B2B) enfrentam riscos maiores. 

Um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) identificou que mais de 70% das empresas do Simples não vendem diretamente para o consumidor final — e podem perder competitividade com a nova lógica de créditos da reforma.

Em resumo: se a empresa compra muitos insumos, presta serviços para outras empresas que exigem crédito fiscal, o simples regime pode deixar de ser tão vantajoso.

Carga tributária pode aumentar

Organizações como a Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis (FENACON) apontam que o único impacto certo será o aumento de carga para algumas pequenas e microempresas, por conta da nova sistemática.

Melhor regime depende do perfil

A boa notícia: há alternativas. A reforma permite que empresas optantes pelo Simples façam simulações, avaliem migrar para regime “normal” (Lucro Presumido ou Real) ou adotar modelo híbrido. 

Essa decisão exige análise de faturamento, insumos, vendas para pessoa jurídica, margens, cadeia de fornecedores etc.

Etapas práticas para sua empresa se preparar

1. Simulação tributária e planejamento

Comece por mapear seu perfil:

  • Qual o percentual de vendas para pessoas jurídicas (B2B)?
  • Quanta entrada de insumos ou serviços tomados gera custos?
  • Qual é a margem de lucro, estrutura de compra e venda?
  • Qual o limite de receita e faturamento atual?

Use isso para comparar: permanecer no regime simplificado ou migrar para regime regular. Como citado, a reforma traz a opção de “recolher por fora” do Simples em relação ao IBS/CBS.

2. Atualização de controles internos e sistemas

A necessidade de adaptação operacional cresce: haverá novas guias, possível distinção de tributos, necessidade de emissão de notas fiscais com destaque, novos relatórios — o que exige software e equipe preparada.

3. Revisão de contratos e preços

Mudanças tributárias interferem na cadeia de custos. Se sua empresa não conseguir vender com vantagem para clientes que valorizam créditos fiscais — ou se tiver que absorver aumento de carga — talvez seja necessário ajustar preço ou condições. 

4. Formação de equipe especializada/capacitação

Contabilidade e tributação ganham ainda mais importância. O apoio de um parceiro contábil atualizado é diferencial. Para micro ou pequenas empresas, contar com expertise faz diferença.

5. Monitoramento contínuo

Apesar do regime permanecer, a transição será longa. Novas regras, atualizações, regulamentações secundárias e prazos podem surgir. Manter-se informado evita surpresas.

Casos que merecem atenção logo

  • Empresas optantes pelo Simples que vendem para outras empresas (B2B) e poderiam migrar para regime que permite crédito.
  • Empresas com volume de compra de insumos ou serviços tomados alto — os créditos podem fazer diferença.
  • Empresas com margem apertada que podem sentir impacto se carga aumentar ou vantagem competitiva for afetada.
  • Negócios com faturamento próximo ao limite do Simples, que podem rever o regime.

Vantagens de manter o Simples Nacional — e quando ele ainda faz sentido

Apesar das mudanças, o regime Simples Nacional pode continuar sendo vantajoso, especialmente para empresas com perfil adequado:

  • Empresas que vendem para consumidor final (B2C), com pouca necessidade de créditos fiscais tomada.
  • Micro e pequenas empresas que valorizam simplicidade, menos burocracia e menor custo administrativo.
  • Negócios com estrutura de custos simples, baixo número de fornecedores ou insumos tributados.

Se esse for o perfil do seu negócio, a reforma tributária no Simples Nacional pode significar adaptações, mas não necessariamente migração.

Como a HB Contábil pode apoiar

Na HB Contábil, entendemos que seu negócio precisa permanecer competitivo mesmo em meio à transição. Por isso oferecemos:

  • Simulações e comparativos entre regimes (Simples, Presumido, Real) com base no novo cenário da reforma tributária.
  • Consultoria contábil e fiscal para revisão de contratos, apuração de tributos e adaptação às novas exigências.
  • Implantação ou adequação de sistemas de contabilidade, controle de entradas e saídas, relatórios e obrigações acessórias.
  • Gestão financeira, fluxo de caixa, contas a pagar e receber integradas à contabilidade — tudo alinhado ao planejamento tributário.
  • Monitoramento e atualização contínua das mudanças legislativas, para que sua empresa não fique defasada.

Se você ainda não revisou como as mudanças da reforma tributária afetam sua empresa, entre em contato com a HB Contábil e descubra como garantir que seu negócio continue protegido e preparado para o futuro.

Perguntas frequentes sobre a reforma tributária no Simples Nacional

P1. A empresa optante pelo Simples deve migrar obrigatoriamente para outro regime?

Não. O regime permanece, mas as alterações exigem avaliação. A opção de permanecer ou migrar dependerá do perfil do negócio. 

P2. Quando começam os impactos para quem está no Simples?

Os efeitos já começam em 2025, mas muitos aspectos só terão vigência plena em 2027 em diante.

P3. O que muda em relação aos créditos tributários para empresas no Simples?

Empresas no Simples podem perder vantagem na apropriação de créditos do IBS/CBS quando comparadas ao regime regular. Essa questão torna a análise da cadeia de valor ainda mais importante.

P4. O limite de faturamento do Simples vai mudar?

Não há indicação concreta de mudança de limite de faturamento no curto prazo no material que levantamos, mas o que se altera é o que se considera como “receita bruta” para efeito do regime.

A hora de agir é agora

Não espere que o cenário se acomode. A reforma tributária no Simples Nacional exige ação antecipada. 

Empresas que começarem agora a avaliar, estruturar e ajustar seus processos terão vantagem competitiva.

Se você quer garantir que sua empresa esteja pronta, com contador atualizado, fluxo organizado, custos controlados e tributos otimizados, a HB Contábil está preparada para ajudar. 

👉 Entre em contato e transforme a transição em oportunidade para crescer.

Tributação para afiliados digitais: como pagar menos impostos

Se você atua como afiliado digital, entender a tributação para afiliados digitais pode fazer uma enorme diferença no seu resultado financeiro. 

Neste artigo, vamos explorar os principais regimes tributários, identificar oportunidades legais para reduzir sua carga fiscal e mostrar como estruturar sua atividade com segurança — além de convidá-lo a conhecer as soluções da HB Soluções Contábeis para auxílio especializado.

O que significa “tributação para afiliados digitais”

O termo tributação para afiliados digitais refere-se ao conjunto de impostos, contribuições e obrigações acessórias que incidem sobre as comissões ou receitas recebidas por quem promove produtos ou serviços por meio de programas de afiliação — como vendas de infoprodutos, links de afiliados, marketing de referência etc.

Embora seja uma atividade digital, ela não está isenta de tributação. Conforme literatura recente:

  • Como pessoa física, o afiliado precisa declarar seus rendimentos e, se superar o limite, pagar o Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF).
  • Como pessoa jurídica (com CNPJ), há a opção de regimes como o Simples Nacional, Lucro Presumido ou até o Lucro Real, cada um com requisitos e alíquotas específicas.

Por isso, para quem quer atuar de forma profissional no marketing de afiliados, dedicar atenção à estrutura tributária é essencial.

Quem está sujeito a essa tributação

Afiliado pessoa física

Se você recebe comissões como pessoa física, sem ter formalizado empresa, então:

  • Suas comissões entram na declaração do IRPF como “rendimentos tributáveis”.
  • A alíquota varia conforme a tabela progressiva.
  • Além disso, pode haver contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), especialmente se você for considerado autônomo e fizer recolhimento como tal.

Afiliado pessoa jurídica

Se você transformar sua atividade em empresa (CNPJ), as principais questões são:

  • O regime tributário a escolher (Simples, Lucro Presumido ou Real).
  • A necessidade de emitir nota fiscal quando aplicável.
  • A compatibilidade de CNAE e enquadramento correto do regime. Por exemplo: o afiliado digital não pode enquadrar-se como MEI — isso pode gerar autuações fiscais.
    • O CNAE adequado é o 7490-1/04Atividades de intermediação e agenciamento de serviços e negócios em geral, exceto imobiliários. Sendo muito comum as empresas utilizarem erroneamente o CNAE 7319-0/02Promoção de vendas, o que pode acarretar em problemas com a receita, já que este é para ações no local e não no meio digital. Ainda nesse sentido, eles possuem tributação distintas no Simples Nacional, sendo que o primeiro está sujeito ao FATOR R que explicaremos a seguir

Principais regimes tributários aplicáveis

Para que você avalie corretamente a tributação para afiliados digitais, veja abaixo os regimes mais relevantes, suas alíquotas típicas e aplicabilidade:

RegimeFaturamento anual máximo*Alíquota típica e observações
Simples NacionalAté R$ 4,8 milhões (em 2025)Afiliados podem pagar de ~6% a ~19% sobre o faturamento, dependendo do anexo e fator R. 
Lucro PresumidoAcima dos limites do Simples ou escolha estratégicaPara vendas de infoprodutos, alíquota final pode variar ~13,33% a ~16,33% sobre o faturamento. 
Lucro RealEmpresas maiores ou com margens de lucro variáveisIRPJ 15% + adicional, CSLL 9%, PIS/COFINS variam, ISS municipal. 

*Fatos referentes à legislação vigente, sujeitos a alterações.

Simples Nacional – detalhes importantes

  • Dentro do Simples, há dois anexos que afetam os afiliados: o Anexo III e o Anexo V. A escolha depende do “fator R” (razão entre folha de pagamento + pró-labore vs. receita bruta).
  • Se o fator R ≥ 28%, a empresa pode enquadrar-se no Anexo III (alíquotas menores: a partir de ~6%). Se o fator R < 28%, cai no Anexo V (alíquotas maiores, a partir de ~15,50%).
  • Exemplo típico: se você é afiliado digital e praticamente não tem folha de pagamento, provavelmente ficará no Anexo V, pagando mais.

Lucro Presumido – quando faz sentido

  • Ideal para quem já fatura relativamente alto, tem poucos custos ou quer maior controle tributário.
  • No segmento de produtos digitais, por exemplo, para e-books, pode haver alíquota reduzida.
  • Precisa de contabilidade fechada, apuração de resultados e menor “praticidade” que o Simples.

Lucro Real – para poucos

  • Exige que se apure o lucro líquido real da empresa, sendo mais complexo.
  • Só recomendado para quem realmente tem margens de lucro muito baixas ou faturamento muito alto e custo elevado.

Dicas práticas para pagar menos dentro da lei

Agora que você já entende os regimes, confira algumas práticas para reduzir legalmente a tributação para afiliados digitais:

  1. Formalize sua atividade como pessoa jurídica
    Fazer CNPJ e atuar como empresa pode reduzir a alíquota aplicada, além de transmitir maior credibilidade. Muitos artigos apontam que pessoas físicas pagam até ~27,5% de IRPF, enquanto empresas no Simples podem partir de ~6%.
  2. Escolha o regime tributário adequado
    Avalie faturamento, custos, estrutura de negócio e folha de pagamento para decidir entre Simples, Presumido ou Real. Um bom contador fará projeção e simulação.
  3. Use corretamente o fator R (no Simples Nacional)
    Aumentar a participação de folha de pagamento ou pró-labore pode ajudar a enquadrar no Anexo III — o que reduz a alíquota efetiva.
  4. Mantenha registro rígido de receitas e despesas
    Mesmo que sua atuação seja digital, registre todas as comissões, plataformas, repasses e as despesas diretamente relacionadas (internet, hospedagem, marketing). Isso auxilia em deduções, controle e transparência ante o fisco.
  5. Emitir notas fiscais quando necessário
    Se você atua como pessoa jurídica, precisa emitir nota fiscal de serviço (NFS-e) ou nota de venda conforme município. Isso valida seu negócio e evita autuações.
  6. Atenção a mudanças recentes (ex: COSIT 94/2025)
    Em 2025, houve mudança nas regras de “split de notas fiscais” nas parcerias de coprodução — o que impacta produtores e afiliados. Isso significa que estratégias que funcionavam antes podem ter exigido adaptação.

Principais erros a evitar

Para assegurar que sua atuação esteja bem orientada no tema tributação para afiliados digitais, evite:

  • Querer se enquadrar como MEI quando sua atividade de afiliado não permite. A atividade de afiliado digital não está entre os CNAEs permitidos para MEI.
  • Não declarar os rendimentos ou deixar de recolher impostos ou contribuições. Isso pode gerar multas, juros e autuações.
  • Exercer a atividade como empresa e não emitir nota fiscal ou não manter contabilidade regular.
  • Não simular o regime tributário antes de escolher. Ou seja, escolher “no chute” e pagar mais impostos do que deveria.

Como estruturar sua operação como afiliado digital

Passo a passo básico

  1. Avalie seu faturamento atual ou projetado.
  2. Monte uma simulação de imposto para diferentes regimes (Simples, Presumido).
  3. Verifique se há folha de pagamento ou pró-labore suficiente para benefício do fator R.
  4. Procure um contador ou escritório especializado que conheça negócios digitais.
  5. Formalize a empresa: escolha o CNAE adequado, CNPJ, abertura, contabilidade.
  6. Emita nota fiscal, mantenha registros de receitas/despesas, faça apuração mensal ou trimestral.
  7. Reavalie anualmente ou sempre que seu faturamento mudar significativamente.

Exemplo rápido

  • Você fatura R$ 10.000 por mês como afiliado digital.
  • Como pessoa física: você pagaria até ~27,5% de IRPF sobre esses rendimentos.
  • Como pessoa jurídica no Simples Nacional, se enquadrado no Anexo III, poderia pagar cerca de 6% sobre o faturamento — diferença significativa.
  • Se não tiver folha de pagamento ou pró-labore, poderá cair no Anexo V, pagando ~15% a ~19% — ainda menor que pessoa física, mas maior que Anexo III.

Por que contratar um escritório de contabilidade como a HB Soluções Contábeis

A escolha de um parceiro contábil especializado faz toda a diferença na correta aplicação da tributação para afiliados digitais.

A HB Soluções Contábeis oferece:

  • Assessoria em abertura de CNPJ adequada para afiliados digitais.
  • Simulação de regimes tributários e escolha correta para seu negócio.
  • Emissão de notas fiscais e atualização das obrigações acessórias.
  • Suporte para manter o negócio em conformidade com regras como a COSIT 94/2025.
  • Planejamento tributário visando pagar legalmente menos impostos e aumentar sua margem.

Se você quer proteger seus ganhos, operar com segurança fiscal e liberar mais recursos para investir no crescimento, entre em contato com a HB Soluções Contábeis e descubra como estruturar sua atividade de afiliado digital da maneira mais eficiente.

Perguntas frequentes

Preciso declarar mesmo que fature pouco como afiliado digital?
Sim. Mesmo que o valor seja pequeno, caso o total dos seus rendimentos tributáveis ultrapasse o limite de isenção do IRPF ou você tenha obrigação de declarar, deverá fazê-lo. 

Posso ser MEI como afiliado digital?
Não. A atividade de afiliado digital não está permitida no MEI, segundo a legislação atual. 

Qual é o melhor regime para mim?
Depende de vários fatores: faturamento anual, custos, estrutura de folha de pagamento, margens, objetivos. A simulação prévia com contador é fundamental.

O que mudou recentemente que pode me afetar?
A norma COSIT 94/2025 modificou como é considerada a tributação em parcerias de coprodução digital, o que pode impactar repasses e reconhecimento de receita.

Se você está pronto para dar um passo profissional e garantir que sua atividade como afiliado digital esteja com a tributação para afiliados digitais bem estruturada, a HB Soluções Contábeis está à disposição para ajudar. 

Entre em contato agora e receba uma consultoria que gera resultados — pagando menos impostos, com segurança e foco no crescimento.

Reforma Tributária 2025: o que muda para pequenas empresas

A Reforma Tributária 2025 representa uma das maiores transformações do sistema fiscal brasileiro nas últimas décadas. 

Com a substituição de tributos, criação de novos impostos e mudanças na forma de apuração e recolhimento, micro e pequenas empresas precisarão se adaptar a uma nova realidade — especialmente aquelas enquadradas no Simples Nacional.

Neste artigo, você vai entender como a Reforma Tributária 2025 impacta os pequenos negócios, quais tributos serão unificados, o que muda no regime simplificado e como se preparar para as novas regras que começam a valer nos próximos anos.

O que é a Reforma Tributária 2025

A Reforma Tributária 2025 tem como objetivo simplificar o sistema tributário brasileiro, reduzir a cumulatividade e tornar o processo de arrecadação mais transparente. 

Ela foi aprovada por meio da Emenda Constitucional nº 132/2023, e está sendo regulamentada em etapas até 2026, com efeitos práticos a partir de 2027.

A principal mudança é a criação de dois novos tributos que substituirão cinco impostos atuais:

  • IBS (Imposto sobre Bens e Serviços): de competência dos estados e municípios, substitui ICMS e ISS.
  • CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços): de competência federal, substitui PIS e Cofins.

Esses dois impostos funcionarão sob o modelo de IVA (Imposto sobre Valor Agregado), usado em diversos países, o que permite compensar créditos e tornar a tributação mais justa ao longo da cadeia de produção.

Como será a transição para o novo sistema

A Reforma Tributária 2025 prevê uma fase de transição entre 2026 e 2033, em que o sistema antigo e o novo coexistirão. 

O objetivo é evitar choques abruptos na carga tributária das empresas e dar tempo para adaptação tecnológica e contábil.

Linha do tempo da transição:

AnoEtapaO que muda
2026Início da cobrança teste da CBS (1%)Empresas começam a apurar a CBS de forma experimental
2027Extinção de PIS e CofinsCBS entra em vigor com alíquota integral
2029Início da substituição de ICMS e ISS pelo IBSRegra de transição gradual até 2033
2033Novo sistema totalmente implementadoIBS e CBS passam a ser os únicos tributos sobre consumo

Impactos da Reforma Tributária 2025 para pequenas empresas

As pequenas empresas representam mais de 90% dos negócios ativos no Brasil, e a Reforma Tributária 2025 promete trazer simplificação, mas também novos desafios.

1. Manutenção do Simples Nacional

O Simples Nacional continuará existindo, mas a forma como ele se relaciona com o novo modelo tributário ainda está em discussão.

Pela proposta atual, micro e pequenas empresas que permanecem no regime simplificado não geram créditos de IBS e CBS para seus clientes, o que mantém uma desvantagem competitiva no mercado B2B — especialmente quando vendem para empresas de médio e grande porte.

Esse ponto tem sido amplamente debatido porque, ao impedir o aproveitamento de créditos, o tratamento diferenciado que deveria fortalecer os pequenos negócios pode ser parcialmente reduzido.

Há, inclusive, discussões sobre possíveis ajustes no regime para evitar que a perda dessa competitividade resulte em uma perda de competitividade do Simples.

2. Nova dinâmica de crédito tributário

Atualmente, o sistema de impostos sobre consumo é cumulativo em muitas situações. Com a Reforma Tributária 2025, o novo modelo de IVA permite compensar créditos de tributos pagos nas etapas anteriores da cadeia, reduzindo o efeito cascata.

Por exemplo: uma pequena empresa que compra insumos com IBS pago poderá descontar esse valor quando vender seus produtos ou serviços.

Isso reduz a distorção fiscal e torna o preço final mais competitivo.

3. Simplificação das obrigações acessórias

Um dos grandes objetivos da Reforma Tributária 2025 é diminuir o número de declarações e obrigações acessórias. Hoje, o Brasil figura entre os países em que as empresas mais gastam tempo com burocracias fiscais.

Com a unificação de tributos e sistemas, haverá uma única guia de recolhimento, e as informações serão centralizadas em plataformas digitais integradas entre Receita Federal, estados e municípios.

Essa simplificação tem potencial para reduzir de forma relevante o tempo gasto pelo empreendedor com obrigações acessórias, hoje considerado um dos maiores entraves operacionais do sistema tributário.

Com processos mais integrados e menos burocracia, a contabilidade poderá direcionar esforços para uma atuação mais estratégica e consultiva, contribuindo de maneira direta para a eficiência e o crescimento do negócio.

4. Possíveis ajustes nas alíquotas

Embora o objetivo da reforma seja simplificar, há preocupação com o impacto das alíquotas efetivas. A estimativa atual é que a soma de IBS e CBS resulte em uma alíquota média nacional de entre 25% e 27% sobre o consumo.

No entanto, as pequenas empresas do Simples Nacional não pagarão essa alíquota cheia, pois o regime continuará oferecendo tratamento diferenciado. 

Ainda assim, é importante acompanhar os decretos regulamentares que definirão os percentuais exatos e as regras de crédito para ME e EPP.

Quais setores mais sentirão os efeitos

Os efeitos da Reforma Tributária 2025 variam conforme o segmento.

SetorImpacto estimadoComentário
Comércio varejistaModeradoGanho com simplificação e créditos de IBS/CBS
Serviços (TI, consultorias, advocacia)AltoPode haver aumento de carga, dependendo da alíquota final
IndústriaPositivoEliminação da cumulatividade e melhor aproveitamento de créditos
AgropecuárioModeradoBeneficiado pela desoneração de insumos e simplificação de cadeia
Saúde e educaçãoDependente de regulamentaçãoPossibilidade de regimes específicos e redução de burocracia

Empresas prestadoras de serviços, em especial, devem redobrar a atenção, pois o novo modelo tende a tributar o valor agregado, e não apenas o faturamento, o que pode alterar a carga tributária efetiva.

O papel da contabilidade na adaptação das pequenas empresas

Com as mudanças trazidas pela Reforma Tributária 2025, o papel do contador ganha ainda mais relevância. 

Será necessário revisar a estrutura fiscal, os enquadramentos tributários e as práticas de escrituração.

As pequenas empresas devem buscar assessoria contábil especializada para:

  • Revisar a composição de preços e margens com base nas novas alíquotas;
  • Simular cenários de carga tributária antes e depois da transição;
  • Avaliar se o Simples Nacional ainda é o regime mais vantajoso;
  • Atualizar sistemas de gestão e emissão de notas fiscais conforme as novas exigências;
  • Aproveitar créditos de IBS e CBS de forma correta.

Empresas que se anteciparem terão vantagem competitiva e evitarão surpresas quando o novo modelo estiver em vigor.

Como se preparar para a Reforma Tributária 2025

A adaptação à Reforma Tributária 2025 exige planejamento. Veja algumas medidas práticas:

  1. Mapeie seus tributos atuais — Entenda quanto sua empresa paga em cada imposto e em qual regime.
  2. Atualize seu sistema de gestão fiscal — As novas obrigações exigirão integração com plataformas do IBS e CBS.
  3. Simule cenários com apoio contábil — Analise o impacto financeiro das novas alíquotas.
  4. Capacite sua equipe — Treine o setor financeiro e administrativo para compreender as mudanças.
  5. Mantenha acompanhamento constante — A regulamentação ainda está em andamento e pode trazer ajustes importantes.

Tabela comparativa: antes e depois da Reforma Tributária 2025

AspectoSistema atualApós Reforma Tributária 2025
Tributos sobre consumoPIS, Cofins, ICMS, ISSIBS e CBS
Modelo de cobrançaCumulativo em várias etapasNão cumulativo (IVA)
Crédito tributárioLimitado e complexoAmplo e transparente
Obrigações acessóriasDiversas declarações separadasGuia única integrada
Carga para pequenas empresasReduzida pelo SimplesMantida, com opção de créditos de IBS/CBS
Prazo de transição2026 a 2033

Por que contar com uma contabilidade especializada faz diferença

A Reforma Tributária 2025 exige análise técnica e acompanhamento constante das regulamentações estaduais e federais. Ter ao seu lado uma contabilidade que entende do seu negócio é fundamental para garantir economia tributária e segurança nas decisões.

A HB Contábil é especializada em soluções contábeis para empresas de diversos portes, com foco em planejamento tributário, apuração fiscal e gestão financeira inteligente.

Com uma equipe experiente e atualizada com as novas legislações, a HB Contábil ajuda sua empresa a se preparar para as mudanças da Reforma Tributária 2025, garantindo transição segura, eficiência e redução de custos.

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